terça-feira, 11 de maio de 2010

Isto é uma visita de Estado como outra qualquer

As hilariantes reacções das pessoas que viram o Papa ao vivo durante o dia somavam-se, mas a mais repetitiva era também a mais engraçada: “Ele parece mais simpático ao vivo do que na televisão”.
É giro ver como tudo o que o Papa tem de fazer é sorrir e acenar a uma multidão, desde que seja ao vivo, para levantar emoções e parecer logo muito mais simpático. Ouvi até uma jornalista descrever, num estonteante momento de objectividade jornalística, o sorriso do Papa como “sincero”.
Seja. O sorriso era sincero; mas tal como o Sousa Tavares disse e muito bem, o Papa e a Igreja precisavam exactamente disto: uma multidão a seus pés, sublinhando-lhe a simpatia e a caridade, e cantando alegremente à sua volta. Numa altura em que a ida do Papa a qualquer país (isto diz Sousa Tavares, e muito bem) levantara muitos problemas políticos em qualquer país europeu, a sua vinda a Portugal foi tão bênção para os católicos, que se sentiram como fãs da Madona à espera de um espectáculo, como para o próprio Papa, que hoje surgirá nos noticiários do mundo rodeado por uma multidão em delírio espiritual.
A propósito, queria agradecer a quem teve a brilhante ideia de dar a tolerância de ponto e que como consequência fechou muitas das escolas (publicas) da capital. A aula de Desenho dava-me mesmo muito jeito, sabem, porque tenciono obter uma educação. Deixem lá.
Mas esperem… Pessoas fãs de uma figura pública, que aguardam durante horas ao calor ou ao frio só para visualizar por momentos apenas o seu ídolo, e que no fim saem comovidos e emocionados do breve avistamento? Isso faz-me lembrar qualquer coisa!



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