terça-feira, 6 de julho de 2010

Animais fofinhos: a beleza do mundo natural

Terminei ontem de ler um livro sobre Evolução e Criacionismo, e um dos temas tratados era a forma como a beleza do planeta e da vida parecia ser, para algumas pessoas, uma prova inequívoca da perfeita mão de Deus por detrás do Universo. Isto parece claro quando olhamos para as flores, para os passarinhos, ou para os golfinhos; mas um estudo mais aprofundado da natureza leva-nos a reparar em pequenos seres vivos que dificilmente se enquadram na “beleza natural” a que estamos habituados.

O vídeo acima é uma pequena reportagem sobre uma espécie de vespas parasitas que se inserem no corpo de uma lagarta na forma de pequenas larvas e o devoram de dentro para fora como forma de se desenvolverem num local seguro e com alimento à mão. É interessante o pormenor sobre como as vespas parasitas evitam alimentar-se dos órgãos vitais da lagarta, porque apenas isso lhes garante que a sua hospedeira continuará viva e a servir-lhes de alojamento. Ao fim de duas semanas, a “visita” acaba e as larvas rompem pela espessa pele da lagarta com uma série de minúsculos dentes, paralisando-a antes com uma dose de químicos que garante o sossego necessário para que as larvas saiam com toda a tranquilidade. E, como entretanto o mesmo vírus responsável pelo crescimento das larvas se infiltrou no cérebro da lagarta, esta desenvolve um estranho comportamento ao proteger as larvas de ameaças exteriores para que estas possam continuar o seu ciclo de vida. A lagarta não deixará por um momento as larvas em desenvolvimento, até finalmente morrer de fome.

Este tipo de comportamento no mundo natural poderá ser explicado por um criador benevolente e preocupado com a beleza e bem-estar da sua criação? Ou este tipo de crueldade será melhor explicado pela evolução, que levou as vespas parasitas a desenvolver um brilhante, ainda que cruel, sistema de protecção e desenvolvimento?

De todos os mundos possíveis, o criador criou um em que deste grotesco espectáculo depende a sobrevivência de um ser vivo em detrimento de outro. Que beleza!

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