sábado, 23 de abril de 2011

História em Segundos #3

Mesmo sabendo que não gostava empenhou o seu anel de rubi para a levar ao concerto que havia no Rivoli? É, portanto, um idiota. Sabendo perfeitamente que a sua namorada não gostava da mesma música que ele, por que estaria à espera de outra reacção senão um sorriso amarelecido? É ter altíssimos critérios, e ainda por cima irrealistas. Além disso, valerá mesmo a pena empenhar um anel valioso para levar a sua gaja a um concerto que ele já sabia que ia dar em tareia emocional? Parabéns, rapaz, és de uma inteligência palpável a milhas. A rapariga não te deixou por gostares de música esquisita. A rapariga deixou-te pendurado porque tu podias perfeitamente ter-lhe dado a porcaria do anel em vez de a teres levado a um concerto. Ela ficaria felicíssima, porque toda a gente sabe que se há coisa de que as gajas gostam é de anéis nos dedos. E tu, meu paspalho, tinhas ido sozinho ao concerto, sabendo que tinhas uma gaja satisfeita em casa à tua espera. Quem terminou a paixão foste tu, e não ela. Aliás, a julgar por aquilo que nos contas, ela até parece ser uma pessoa extremamente razoável. E se pensas que não deves amar alguém que não ouça a mesma música, dou-te uma notícia: eu gosto de Gaiteiros de Lisboa, a minha namorada de Coldplay. Ok? Queres maior concordância que isto? E no entanto cá estamos, namorados há uns anitos. Para a próxima deixa-te de fitas. E pelo amor de deus, tenta recuperar o anel.

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