domingo, 3 de julho de 2011

To Kill a Cockroach

Estava sentado a ver televisão quando um animal indefinível, preto e de pernas numerosas, se passeou alegremente pelo brilhante tapete de Arraiolos que cobre o chão da sala. Pausou-se por momentos como que a provocar-me.
- Oi. Tudo? E depois desapareceu por baixo de um móvel.
Entrei em contacto com a minha mãe e com uma amiga que, ao que consegui apurar, é semi-especialista em baratas por lhes ter um pavor medonho. Uma daquelas heroínas que tem secretamente medo do seu arqui-inimigo. Coisa poderosa. Disseram-me:
- Era uma barata.
- Não era não, era um grilo – respondi.
- Renato. Era uma barata.
- Um grilo – insisti, como aqueles doentes que percebem que têm uma doença mortal mas preferem a negação.
- Era uma barata.
- E agora?
- Tens de a matar porque senão reproduz-se.
- Em quanto tempo?
(olhares dramáticos):
- Zero segundos.
Estratégia adoptada depois de uma rápida troca de ideias: vou colocar comida no centro da sala, desligar as luzes, e armar-me com um sapato de sola rija, um spray anti-insectos e uma coragem de guerreiro.
Desejem-se sorte na minha demandada.

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