terça-feira, 5 de outubro de 2010

Smith e as Sereias - episódio 19 (especial)

NOTA: Este é um episódio especial do Smith e as Sereias, mais longo, mais dinâmico e algo diferente do habitual. Celebra a República, o feriado que me permitiu dormir até às dez, o aniversário de 2 meses da série e o facto de ser o 375º post deste blog (número bonito). Tanta coisa para comemorar!


Previamente, em Smith e as Sereias, a homossexualidade de Poseidon, que já enjoa e deixou há muito tempo de ser um enredo potencialmente divertido, é finalmente descoberta pela população dos Oceanos e alvo de chacota nos jornais. Como resposta corajosa, Poseidon fecha-se no seu salão a chorar sozinho, exigindo apenas a visita da sua psicóloga, uma lontra que usa óculos.


O salão estava escurecido, mas um foco de luz potente caía de um candeeiro alto e formava um círculo de luz amarelada no chão. De um lado, sentada numa cadeira de corais importados, estava a Dra. Enidra, uma lontra pequena e discreta que segurava um par de óculos minúsculos no topo do focinho. Do outro lado, sentado no chão de pernas cruzadas, estava o corpo mastodôntico do Rei dos Mares, pele azulada, barbas empapadas de lágrimas, olhos outrora determinados e sérios e agora inchados e avermelhados. Houve um silêncio pastoso durante alguns minutos, interrompido finalmente pela Dra.

- Já tive a oportunidade de ler o jornal, Poseidon – disse ela, numa voz calmíssima – É isso que o está a transtornar?

Poseidon lançou-lhe um olhar desesperado e abriu as mãos.

- Sinceramente, Dra… Já não sei.

- Sei que pode sentir-se de alguma forma culpado ou responsável pelo que aconteceu, mas asseguro-lhe que nada teve que ver com aquela notícia. Segundo dizem foi um informador anónimo, pelos vistos com má fé.

- Eu sei quem foi – disse Poseidon numa voz rouca.

- E sente rancor?

- Não. Penso que não. Eu já sabia que aquele imbecil me ia trair. É típico dele.

- De que imbecil está a falar?

- Do meu ex-genro. Smith. Ele ouviu-me falar da minha homossexualidade por engano, e utilizou isso para me chantagear.

- Curioso…

Poseidon olhou para a Dra.

- O quê?

- Poseidon, já deve ter reparado com certeza que todos os conflitos na sua vida, desde que me começou a ver no meu consultório, têm todos uma raiz comum.

- Que é…?

- Que é o facto de o Poseidon não ser capaz de lidar com a sua homossexualidade. E essa falta de capacidade para encarar essa realidade leva-o a recusar tudo aquilo que também, como a homossexualidade, vai contra as tradições e aquilo que sempre acreditou. Daí a sua personalidade constantemente tradicionalista, pesada, austera e controladora. Sente que isso é o resultado da problemática relação com o seu pai?

Poseidon mudou de posição e demonstrou um desconforto enorme. Cruzou os braços como uma pequena criança a amuar e disse:

- Não sei.

***

- Força! – gritou a parteira.

A terra tremeu. Os céus reviraram-se numa confusão de relâmpagos e nuvens negras, e os mares pareciam a superfície de um cocktail a ser preparado com constantes agitações.

- Mais força! – gritou a parteira outra vez.

Reia soltou um grito medonho. De pernas abertas, despida, agarrava as vestes de duas das criadas com dois punhos branqueados pela força, e fechava os olhos enormes e empapados em lágrimas. Ter um filho dava trabalho, mesmo para uma deusa. E doía.

- Está quase! A cabeça já saiu! Coitadinho, até está azul! Força, minha rainha! Força!

Reia soltou um último grito triunfante, e um bebé pequeno e azulado saiu de dentro da sua enorme vagina sagrada como naqueles vídeos dos nascimentos dos elefantes que comovem as pessoas.

A terra deixou de tremer, num suspiro controlado. As nuvens cinzentas acalmaram-se e abriram-se para deixar passar o sol. Os mares pareciam agora piscinas gigantes.

- É um menino! – exclamou a parteira, entregando o bebé azulado e cheio de gosma divina nos braços de Reia. A senhora aceitou-o, a chorar comovida.

- Poseidon! Meu querido Poseidon!

- Que rapagão! Parabéns, senhora! – disse uma das criadas.

O bebé abriu a boca e chorou desesperadamente. A porta do quarto abriu-se com um estrondo, e uma figura musculada e enorme passou a ombreira e entrou na habitação.

- Mostrem-me o meu filho – disse um vozeirão impressionante.

As duas criadas silenciaram-se e baixaram a cabeça. A parteira também calou o bico. Reia agarrou o seu filho com força maternal.

- Não lhe tocarás, Cronos.

- Eu é que sei. Dá-me a criança!

- Não lhe tocarás! – Reia abraçou o menino. Cronos avançou para ela.

A terra voltou a tremer, o céu a ficar cinzento e os mares a agitarem-se violentamente.

***

- Boas tardes – disse uma vozinha.

Poseidon abriu os olhos minúsculos. Sentiu-se escorregar por uma superfície pastosa. Estava escuro.

- Que está aí? – perguntou ele, a medo.

- Chamo-me Deméter. Bem vindo!

- Onde estou? – perguntou Poseidon, tentando ver por entre a escuridão.

- No estômago do nosso pai – disse uma outra voz – Hera. Prazer em conhecer-te, irmão.

- Grande bronca. Outra vez? – disse uma terceira voz.

- Hades, não sejas rude com o nosso irmão – resmungou Deméter – Ele acabou de chegar.

- O que eu não percebo é porque é que a nossa mãe continua a engravidar sem problemas de consciência – disse ainda outra voz. Uma mãozinha aproximou-se da de Poseidon e agarrou-a – Héstia, muito gosto.

- Vocês são meus irmãos? – perguntou Poseidon.

- Hum hum – fez Deméter.

- E porque é que fomos comidos?

- A culpa é do nosso avô – disse Hera.

- Não, a culpa é da burra da nossa mãe que não sabe o que é contracepção – murmurou Hades.

- Acontece que o avô Urano fez uma profecia qualquer. Parece que o pai lhe deu um coice e o destronou. Por isso o avô prometeu que um dia o pai seria destronado também, e pelo seu próprio filho – informou Hera.

- E o simpático, em vez de ir para o ginásio ganhar caparro ou contratar uma empresa de seguranças, começou a engolir os filhos todos com medo de que algum chegasse mesmo a concretizar a profecia – disse Héstia.

- Se nos sentimos beneficiados por sermos filhos de deuses e termos nascido em berço de ouro? – ironizou Hades – Oh, claro que sim!

- E agora? – perguntou Poseidon. Estava com uma grande vontade de chorar. Agarrou-se às paredes do estômago do pai com as mãozinhas pequeninas de recém-nascido e procurou equilibrar-se.

- Agora esperamos – disse Deméter.

- Esperamos? Como assim? – perguntou Poseidon.

- Pode ser que um dia a profecia aconteça mesmo.

- Entretanto há que esperar – disse Héstia - Toma, temos aqui um bocadinho de comida por digerir. Queres figos ou borrego?

****

A experiência foi horrenda. Poseidon sentiu-se a ser sugado por um tubo pastoso e apertado até chegar à enorme boca do pai, que o cuspiu para o chão como um cão que larga uma bola. Caiu sobre o corpo deitado dos seus irmãos e abriu os olhos.

- Estão todos – disse uma voz profunda, que Poseidon reconheceu como sendo a do pai.

- Óptimo. Meus irmãos? Conseguem ouvir-me? – disse outra voz, forte e charmosa.

Os irmãos lutaram contra a camada de gosma que os cobria e olharam para cima.

- O meu nome é Zeus, e vim libertar-vos – disse a voz, que agora tinha um rosto. Um tipo de barba por fazer, musculado e com uma toga lilás vestida, tinha um relâmpago apontado à garganta do pai de Poseidon - Sentem-se bem?

- Mais ou menos. Nunca tinha sido regurgitado antes, foi uma experiência única – comentou Hades.

- Estamos livres? – Hera estava estupefacta.

- Eu penso que sim… - comentou Poseidon, deliciado por ver a luz do sol pela primeira vez.

- Meus queridos! – gritou uma voz feminina, à distância. Uma mulher saiu de dentro de uma carroça dourada puxada por dois leões e veio cair sobre os irmãos deitados no chão – Meus filhos! Estão vivos!

- Meus irmãos, estão livres agora – declarou Zeus - Juntem-se a mim para destronarmos juntos o nosso pai negligente e canibal, e podermos finalmente assumir o governo do Mundo

- Olha para ele, todo armado em irmão salvador – rosnou Cronos. Apontou para Reia – E tu, sua cabra, vais-mas pagar um dia.

- Ele é ainda mais encantador em pessoa do que quando visto por dentro – disse Héstia.

- Ele vai preso, certo? – perguntou Hades.

- Alguém me poderia trazer uma toalha para limpar a saliva? – pediu Deméter, limpando a cara à toga de Zeus.

Os irmãos foram rodeados por criados que lhes traziam toalhas quentes e pegavam ao colo; e um a um foram ter com a sua mãe Reia, que chorava e parecia não ter tempo suficiente em toda a eternidade para abraçar de novo os filhos.

***

Poseidon, homem feito, barba a crescer e transportando um tridente novinho em folha, bateu à porta de um escritório que dizia ADMINISTRADOR em letras negras e imperfeitas.

- Só um momento! – houve passos pesados, e a porta abriu-se. Do outro lado, um homem pálido, com a pele acinzentada e olheiras profundas recebeu-o de braços abertos e um sorriso com dentes amarelos.

- Poseidon! Meu irmão! Como vão as marés?

- Olá, Hades. E as tuas almas?

- Óptimas. Acabei de encomendar uma nova máquina de tortura, para castigar as pessoas que atingem as outras nos testículos de propósito. Entra, entra!

Entraram. Hades ofereceu um copo sujo com uma bebida duvidosa lá dentro. O seu escritório era uma caverna húmida e apodrecida, coberta por registos desorganizados de almas penadas e em necessidade de correcção.

- O que te trás aqui ao Submundo?

- Venho visitar o pai.

- Uau. Tu sim, és um filho dedicado!

- Não sejas sarcástico, Hades. Sabes bem que o pai passa todo o tempo lá em baixo sozinho. O mínimo que posso fazer…

- É deixar o velho canibal apodrecer como ele merece – Hades agarrou num cigarro que parecia ser feito a partir de secos tufos de cabelo humano e acendeu-o com um isqueiro em forma de caveira - Esqueceste o porquê de o termos aprisionado no Tártaro?

- Não, claro que não…

- Incluindo a parte de ter castrado e destronado o próprio pai à força, e de nos ter comido como cajus ao almoço?

- Sim, mas…

- Ouve, se queres visitar o velho é contigo. Mas digo-te que és o único. A Deméter também veio cá durante uns séculos deixar-lhe uns tupperwares com almôndegas mas depois deixou de aparecer. Ninguém o visita, todos o odeiam. Só mesmo tu – Hades sacou uma elegante argola de fumo do seu cigarro de cabelos humanos e olhou para Poseidon com ar sério – Ainda por cima, ele está sempre a gozar contigo. O que é que ele te chamou da última vez?

Poseidon corou.

- Domador de golfinhos…

Hades abriu os braços e sorriu triunfante, como quem acabou de ganhar um caso em tribunal – Domador de golfinhos! Porque o deixas tratar-te assim? Isso diz-se, ao Eterno Senhor dos Mares?

- Mesmo assim. Levas-me ao Elevador?

- Levo pois. Sabes que gosto de ti, pá. Mas ao mesmo tempo sinto a necessidade de te dar na cabeça quando fazes disparates, como agora. Anda daí.

Poseidon seguiu Hades até à entrada de um enorme Elevador. Três enormes figuras, cada uma com cem musculados e ameaçadores braços, receberam os dois deuses com uma curta vénia.

- Como vai isso? – perguntou Poseidon, cumprimentando os guardiões do Elevador. Um deles balbuciou qualquer coisa, não se percebeu bem o quê. Os dois deuses entraram no Elevador e Hades enfiou uma chave em forma de fémur humano dentro de uma ranhura pequena e pouco utilizada. Rodou a chave, o Elevador deu um pequeno solavanco, e começou a descer.

Dali a meia hora o Elevador chegou a uma plataforma suja, numa construção grotesca de pedra negra e rodeada por fumos esverdeados e venenosos. Poseidon seguiu Hades por umas escadas estreitas e escuras, que davam para uma cela tremendamente feia. Lá dentro, uma figura curvada sentava-se de costas para quem entrava, e parecia estar a dormir.

- Deixo-te a sós – disse Hades em voz baixa, apoiando a mão no ombro de Poseidon. Ausentou-se.

- Pai? – perguntou Poseidon. A figura não se mexeu. Poseidon deu uns passos em frente, aproximando-se da grade de metal – É o Poseidon.

- Ora, ora – disse uma voz rouca – Se não é o Domador de Golfinhos. Como está o teu emprego a pastar carapaus?

- Bom dia também para si.

- O que raio queres daqui? – resmungou Cronos. Virou-se, finalmente: estava muito mais pequeno, curvado, magro e franzino do que a última vez. Umas longas barbas cobriam-lhe a cara, e os braços que outrora teriam levantado as próprias fundações do Mundo eram agora moles aglomerados de pele e osso. Os seus olhos eram profundos mares de amarela reprovação e rancor.

- Vim visitá-lo. Queria ver como estava.

- Tu e as tuas lamúrias lamechas. És igual à tua mãe. E igual aos teus irmãos. Tão sentimentalóides e mesmo assim fecham o vosso pai dentro de uma cela!

- O pai não podia esperar outra coisa. Comeu-nos quando éramos pequenos.

- E depois, seu mariquinhas? O que vais fazer? Atiçar-me uma das tuas alforrecas?

Poseidon engoliu em seco.

- Porque é que o pai tem de ser assim? Diga-me, por favor. Não sabe já que fez muito mal a muita gente? Que a única forma de sair desta espelunca é mostrar ao Olimpo que está arrependido e que pede desculpas pelos seus erros?

- Que erros? – grunhiu Cronos, agitando-se na direcção das grades – Ficar com um trono que, sendo do meu pai, era meu por direito? Devorar os meus filhos porque um deles me podia, oh, sei lá, atirar para os confins da terra e aprisionar como a um vagabundo?

- Sendo assim ainda bem que nos engoliu a todos, ficou em muito melhor situação…

- Vai passear sardinhas – rosnou Cronos, virando-se de costas outra vez.

- Não lhe admito que me fale do meu trabalho dessa forma.

- Pois, sim, o teu trabalho. Que trabalheira, cuidar de bocados de água. Fazes o quê, mapeias as correntes? Ou dás banho às baleias, e aos outros peixes?

- As baleias não são peixes, são…

- Olhem só, que sabichão! Desculpe, senhor especialista! – rosnou Cronos, agitando os braços – Sai-me da frente e deixa-me em paz.

- Eu só gostava de…

- De quê? De ir comigo à feira popular, ou a um jogo do Sport Clube de Creta? Tira as ostras que tens entaladas nas orelhas e ouve de uma vez por todas: Eu. Estou. A. Borrifar. Me.

Poseidon mordeu o lábio inferior.

- Seja feliz, então.

Saiu a correr da cela, ainda a tempo de ouvir o pai a bater nas grades e a gritar:

- Cheiras a algas dos sovacos, seu porco!

***

- Eu penso – disse a Dra. Enidra – Que a forma como o seu pai sempre o tratou, e o simples facto traumatizante de o ter de ir visitar à prisão quando ainda era um jovem deus, trouxe ao Poseidon uma necessidade patológica de agradar, de exceder as expectativas. Nunca as suas, mas dos outros. A meu ver, numa tentativa de obter a aprovação que nunca conseguiu e que sempre desejou: a aprovação do seu pai.

Poseidon chorava baba e ranho.

- Então a minha homossexualidade obedece aos estereótipos estúpidos que defendem que não passa de um distúrbio emocional de alguém traumatizado em infância? – perguntou ele.

- Isso são balelas. Com que então todos os homossexuais são traumatizados? O importante para si e para a sua estabilidade mental e emocional é, agora, compreender que não tem de sentir vergonha por aquilo que é. Da mesma forma que não deve sentir vergonha pelo seu trabalho perante o seu pai, não deve ter vergonha daquilo que é. E a sua sexualidade é simplesmente uma parte de si. Tem de aceitá-la e seguir com a sua vida.

Poseidon disse que sim com a cabeça, e começou a limpar o ranho do nariz.

- Você é um criador, um artista, pai das mais belas criaturas do mundo. Senhor do mais puro e belo dos elementos, a água. Governador do local onde a vida começou, e da substância que todos os seres vivos mais anseiam para sobreviver. O Poseidon tem um trabalho incrível, e é um homem corajoso por ser capaz de me expressar todas essas inseguranças e essas memórias. Saúdo-o, meu caro. Agora está na altura de se aventurar numa nova etapa da vida. A etapa da aceitação. Porque primeiro, Poseidon, tem de aceitar-se a si próprio; e só depois poderão os outros aceitá-lo a si.

Poseidon afirmou positivamente, comovido.

- Tem razão, doutora. Tem toda a razão… Eu… Não sei o que dizer.

- Não diga mais nada, meu caro – disse a Dra., encostando-se na cadeira e sorrindo profissionalmente – Temos muito que trabalhar nas próximas sessões.

- O que me aconselha, doutora?

- Aconselho-o a fazer aquilo que o Poseidon sente que deve fazer.

- Devo afirmar-me perante todos. Devo mostrar que estou cansado de ter vergonha por aquilo que sou.

- Exactamente. Muito bem – a Dra dobrou-se sobre a malinha e retirou de lá um livro - E de seguida pode comprar o meu livro “Encontre o seu Verdadeiro Eu – Um guia para a facilidade em 7 pequenos passos para que não tenha de pensar sozinho na sua própria vida”. Aqui encontrará um capítulo inteiro dedicado à afirmação pessoal e à boa disposição, e poderá encontrar mais filosofia barata típica dos livro de auto-ajuda.

- E isso funciona mesmo?

- Não se sente melhor?

- Sinto. Sim, sinto – Poseidon sorriu, pela primeira vez desde o início da sessão.

- Então, está a ver? Claro que funciona. Ainda por cima está cientificamente comprovado por, hum, pessoas que usam batas.

- Quanto custa o livro?

- Dezassete noventa e nove.

Deu-se a transacção. Poseidon guardou o livro e agradeceu à Dra.

- Muito obrigado por ter vindo. Eu… Bem, não sei o que lhe dizer.

- Quando nos voltarmos a ver quero encontrar um novo Poseidon. Mais vivo, mais feliz, mais orgulhoso! Combinado?

- Combinado.

As portas gigantescas do salão abriram-se, e a luz do palácio quase feriu os olhos vermelhos e inchados de Poseidon à medida que este avançava corajosamente para uma nova vida.


.

Sem comentários: